Neste domingo à noite celebramos a chegada do ano novo judaico de 5783.
Sei que essa passagem de ano existe somente para uma pequena minoria não muito valorizada ao longo da história, mas estamos tão necessitados de um rito de passagem ou sensação de mudança que achei de bom tom abordar a data na crônica de hoje.
Sempre cultivei o hábito de criar um cartão para a ocasião e, ocasionalmente, um comentário sobre o interessante período de 10 dias que se segue, dedicado à profunda reflexão sobre o ano que passou e culminando no único dia do ano em que os judeus praticam um artifício psicológico comum entre os cristãos e bastante eficaz: a confissão. Seguida, se tudo der certo, do esperado benefício do perdão.
No caso dos judeus, diferentemente dos cristãos, a “penitência” precede esse ato de redenção com 24 horas de jejum total, mas agora já chega de tradi... ops, religião.
O início deste ano novo judaico irá contemplar logo de cara duas disputas eleitorais que me dizem respeito, as eleições presidenciais no Brasil e parlamentares nos Estados Unidos, particularmente ferozes desta vez, o que enfatiza as vantagens de serem precedidas por uma profunda reflexão como a possibilitada pelos “Dias Terríveis” do judaísmo, que terminam no Dia do Perdão, terça-feira, 4 de outubro, dois dias depois do primeiro turno no Brasil.
Por aí eu não sei, mas por aqui estamos testemunhando na mídia um período de inédita violência verbal, e não estou me referindo apenas a “eles”, digo, CNN, MSNBC e que tais, mas também a “nós”, isto é, Fox News.
Tucker Carlson, absoluto campeão de audiência no horário nobre — incluindo todas as emissoras do país, abertas e a cabo — está atacado, a cada dia abrindo o programa com um depoimento mais arrepiante que o outro, sempre tendo como foco a insanidade “woke” propagada por nossos radicais adversários, o Partido Democrata.
Depoimentos, aliás, que esta semana passaram a incluir um documentário sobre a “invasão chinesa” do Brasil, disponível na Fox Nation, para quem for assinante.
Tucker, por falar nisso, é francamente favorável ao Bolsonaro, na contramão da opinião mundial geral. Ponto para ele.
Esta semana a ênfase máxima do programa foi a crise do transgenerismo (aparentemente a palavra não existe em português, nem com “d” — do inglês, “transgenderism” — nem sem) entre menores de idade e adultos jovens, super jovens, ponto para mim que já dou destaque a este assunto desde o início do Caminho do Meio e até bem antes, e é mesmo de arrepiar.
O material mais impressionante foi um vídeo de Matt Walsh, jornalista do Daily Wire dedicado ao tema, mostrando médicos e executivos do famoso Hospital Vanderbilt, no Tennessee, descrevendo e defendendo as cirurgias e tratamentos debilitantes que, infelizmente, não são monopólio do Vanderbilt, muito antes pelo contrário: estão amplamente disseminados nos maiores e melhores hospitais do país e incluem termos aterrorizantes como “mastectomia dupla e castração cirúrgica em adolescentes”, tudo mencionado casualmente como se fosse um passeio no parque.
O lucrativo setor que no momento é prioritário para esses hospitais — uma cirurgia de “atribuição de sexo”, ficamos sabendo no vídeo, sai por volta de US$ 8.000 — conta com um aliado inesperado: os vídeos do TikTok, que se transformaram em febre local e instrumento campeão de audiência de comunicação social.
Para vocês terem uma ideia, o TikTok, além da apologia aos transgêneros, também dissemina medicamentos perigosos, e nem estou falando da terrível droga chinesa Fentanil, mas do novo “milagre” para emagrecer que virou mania entre as celebridades hollywoodianas, que parecem ter deixado para trás as boas intenções do gênero “fat is beautiful”. Bem, fat is not beautiful, mas isso não quer dizer que você vá se envenenar tomando Ozempic, um medicamento para diabetes, para “secar” mais rapidamente.
De volta à medicalização do sexo: estamos acostumados a pensar que, como conservadores, é melhor não enfiarmos a mão em vespeiro, pois arriscamos perder tudo, desde a reputação nas redes até o emprego e quem sabe a vida, mas os resultados do programa do Tucker contradizem essa noção: no dia seguinte à divulgação da matéria sobre o Vanderbilt, o hospital de Nashville tirou do ar o site da sua “Clínica para a Saúde de Transgêneros”. Ainda tentaram argumentar que as operações só são levadas adiante com a permissão dos pais, mas, vamos combinar que os pais das vítimas dessa insanidade social generalizada costumam ser “woke” até a ponta dos cabelos e acreditam que, mutilando seus filhos, estão fazendo o melhor possível para “curá-los”.
Além dessa pequena vitória online, na quinta-feira o governador do Tennessee determinou uma ampla investigação das atividades do hospital, pelo menos isso.
Obviamente a alta concentração de temas aterrorizantes no programa do Tucker tem um claro objetivo: mostrar como estamos mal servidos com a hipnose marxista que tomou conta do país, aparentemente de uma hora para outra, embora esteja “chocando” no galinheiro da ideologia há bem mais de 50 anos.
Sinceramente, não sei onde iremos parar. Tanto aqui como aí as pesquisas mostram margens apertadas e nenhuma garantia de que nossas preferências — minhas e, suponho, também de vocês — irão prevalecer.
Na outra face da moeda da radicalização, do lado dos democratas, as “autoridades” estão pegando pesado intensificando a infinita perseguição a Donald Trump, esta semana indiciado em Nova York por ter se declarado muito mais rico do que eles dizem que ele na verdade é. Juro por Deus.
Eu nunca soube que mentir para mais sobre a própria fortuna fosse um crime — em tempo, sem nenhuma vítima — sujeito à pena de prisão!
Por falar em Deus, eu que não creio estou planejando não apenas rezar bastante nos “Dias Terríveis” que se aproximam, mas também fazer algo que não faço há muitos anos: jejuar no Yom Kipur.
Vai que Deus está precisando de uma forcinha para restaurar a sanidade da humanidade, e este ano não está dando para eu me furtar à minha obrigação de dar uma mãozinha.
Feliz 5783 para todos nós.
Noga, quando você vai abrir seu canal no YouTube? Seria bom tê-la por lá.