“Em Simchá Torá ficamos sabendo que não existe Deus. Em Chanucá ficamos sabendo que não existe milagre”, diz o comentário de uma israelense publicado ontem na rede social.
Quem consegue aguentar isso?
Para quem não sabe, Simchá Torá é o feriado judaico em que se comemora o final da leitura anual da Torá, uma celebração da existência de Deus. Em 2023, Simchá Torá caiu no dia 7 de outubro, quando vocês já sabem o que aconteceu.
Já Chanuká, que terminou na quinta-feira, é um feriado com oito dias de duração que celebra o milagre da vitória dos revoltosos judeus, conhecidos como Macabeus, contra o poderoso exército grego na Judeia, e a subsequente milagrosa duração do óleo sagrado usado para celebrar o evento no templo sagrado de Jerusalém, suficiente para apenas um dia e que acabou durando oito.
Nos dias de hoje não existem muitas oportunidades de acreditar em milagre (nem vou mencionar Deus).
Uma enquete realizada esta semana em Gaza revelou que 72% dos palestinos são a favor do Hamas — especificamente a favor dos ataques de 7 de outubro — e da formação de “novos grupos armados” na Cisjordânia, o que, se estivéssemos em um mundo que preza a verdade, derrubaria por terra a falácia dos donos da bondade em todo o mundo no sentido de que os palestinos são um povo pacífico e vítimas inocentes da “colonização”.
Em outra notícia triste, ficamos sabendo que o “fogo amigo” da IDF matou três reféns por engano. A IDF está tentando missões ultra perigosas para libertar os reféns, mas a luta é acirrada e o número de mortos do “nosso” lado está aumentando.
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos Jake Sullivan — a quem detesto — está na região tentando encontrar um caminho para o “pós-guerra” e querendo forçar Israel a aceitar um governo da Autoridade Palestina (que governa a Cisjordânia) na faixa de Gaza, algo que Israel considera inaceitável. Também pretende que Israel diminua os ataques e concentre suas ações em “capturar” os líderes do Hamas, como se fosse fácil. Mais uma razão para um aumento do número de mortos do “nosso” lado.
Está difícil apelar para o otimismo.
Shabat shalom.