Ontem, como, se diz, “mordi a isca” e me envolvi em uma troca de comentários na Folha de S. Paulo em um artigo sobre a crítica da Lancet ao governo de Bolsonaro e à política brasileira.
Amigos leitores, vocês que, tenho certeza, ainda têm algum juízo restante na cabeça — prova disso é que leem o Caminho do Meio —, me digam: quando foi que todos os assuntos do mundo se perderam em único saco de gatos com a etiqueta “Política”?
Sou um ser político e adoro política como vocês sabem, mas, cá entre nós, existem tantas outras coisas na vida, todas convenientemente abafadas e canceladas em nosso restrito mundinho da internet.
Vale conferir a troca de farpas, se vocês tiverem algum tempo livre, além, é claro, da falsa premissa do artigo da Lancet.
O importante de tudo isso é que fui forçada a refletir. Lembrei-me de Galileu e tantos outros heróis que pagaram com a liberdade e a vida por sua fidelidade à verdade.
Nem precisamos regredir tanto no tempo. Basta ver como cientistas sérios foram atacados, ignorados e cancelados nos últimos três anos, devido ao incômodo que suas descobertas sobre a covid representaram para os “poderes no poder”.
Numa época em que o rigor científico é constantemente esquecido em nome da conveniência, da opinião pública e, infelizmente, se vê limitado e dominado pela habilidade de obter fundos do cientista em questão, devo enfiar a viola no saco e reconhecer que sim, o leitor da Folha está certo e eu errada porque, hoje em dia, com todos os prejuízos ao saber humano que isso acarreta, sim, ciência virou política.
A conclusão resumida de um outro “estudo científico” publicado na Lancet em março inclui a seguinte pérola:
“As municipalidades que apoiaram o então candidato Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 apresentaram a pior taxa de mortalidade da COVID-19, principalmente durante a segunda onda da epidemia em 2021. Este padrão foi observado mesmo considerando-se as desigualdades entre as cidades.”
Puro rigor científico, se me permitem, porque, obviamente, não faço a menor ideia do que estou dizendo.
Nem preciso acrescentar que o referido artigo foi escrito por brasileiros que, provavelmente, serão eleitores de Lula em outubro. Porque, todo mundo sabe, não existe neste mundo um ser mais iluminado do que o eterno herói operário Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a Lancet, a já consagrada vitória de Lula em 2022 constituirá um “novo início para a América Latina”. OMG.
Help!!!
A única razão para entrar em uma página da Folha foi conferir seu estoicismo. Os comentários sobre o seu comentário são típicos da galerinha que tem um compromisso quase religioso com a causa. A causa? Nem eles sabem, mas como todos os controladores de mente da esquerda passaram por Cuba, a gênese desta “religião” está lá. O Brasil não conseguirá desprogramá-los sem expor a “causa básica” do pensamento “político” que dominou o Brasil nos últimos 60 anos. Quanto à Folha, esta deveria esclarecer suas relações com o poder, desde os tempos do regime militar. Trata-se de um lixo bancando por sabe-se lá quem. A Folha é decrépita.