Meus seios, minha vida
Estava pesquisando “Jordan Peterson” no Google logo após assistir à palestra que compartilhei com vocês no outro dia quando me deparei com o mais recente “escândalo” e consequente banimento de Peterson do Twitter, algo que, vamos combinar, já virou uma lamentável rotina.
A bola da vez girava em torno da “transição” da avançadinha Ellen Page — cujo maior sucesso de bilheteria, “Juno” (2007), mostra a atriz representando o papel de uma adolescente grávida —, que passou recentemente a se chamar “Elliot” e a se qualificar como “homem”.
Para isso, submeteu-se a uma mastectomia dupla (e sabe-se lá ao que mais), e o “crime” de Peterson foi chamar o cirurgião responsável pela operação de “açougueiro” ou coisa parecida — para ser mais exata, “médico criminoso”.
Quero deixar bem claro que não tenho nada a ver com isso. Ellen/Elliot, 35, é uma pessoa adulta, livre para tomar suas decisões e está fora do escopo das minhas preocupações aqui no Substack, que inclui somente crianças e seres indefesos à mercê de abusos e manipulações. No que me diz respeito, Ellen poderia ter decidido se transformar em lagarto, ou em um carro, ou em uma árvore, e teria pleno direito a fazê-lo se quisesse. Trata-se de um país livre, afinal de contas.
O problema é que Ellen, sendo uma celebridade, decidiu tratar sua transição como tal comemorando sua nova nudez em matéria de capa da revista Esquire.
O que vi me chocou profundamente.
Estamos acostumados a ver imagens — não muito frequentes, graças a Deus — de mastectomias, simples ou duplas, em vítimas de câncer de mama.
Não faz muito tempo tornou-se um tipo de “moda” aqui nos Estados Unidos submeter-se a “mastectomias preventivas”, algo que me choca igualmente. Com o tanto de casos de erros médicos sobre os quais lemos todos os dias, imaginem a possibilidade de uma mulher que nunca ficaria doente se livrar de seus seios... para não ficar doente? Alguém aí já ouviu falar de alguma cirurgia preventiva na qual um homem voluntariamente se livrou de seus testículos ou de sua próstata para não ficar doente em um futuro indeterminado?
Pois é.
Honestamente, não entendo essa disposição das mulheres de descartarem partes de seu corpo com tanta facilidade e sem nenhuma hesitação. Principalmente em se tratando de uma parte do corpo que garante a sobrevivência de outrem, isto é, um símbolo óbvio de vida do qual deveríamos ter grande orgulho.
Essa loucura automutiladora começou há alguns anos, pelo que sei, com a mastectomia dupla de Angelina Jolie — outra celebridade e “influenciadora”. Aqui nos EUA temos também uma jovem personalidade da TV a cabo — descontando esse ato tresloucado parecendo bem-informada e razoavelmente inteligente — que se livrou preventivamente de ambos os seios devido ao “histórico familiar” e, sempre que pode, se declara muito feliz com seus novos seios de silicone.
Com a exceção, é claro, do fato de ter perdido a capacidade de amamentar seus filhos e se tornado dependente das tais fórmulas infantis que foram objeto de desaparecimento das prateleiras dos supermercados recentemente — uma tempestade perfeita para mulheres nessa situação, digo, que voluntariamente se colocaram nessa situação.
Devo ser raridade neste mundo que celebra a adversidade, mas confesso que tenho um verdadeiro horror à possibilidade de ter câncer de mama, sempre tive. Infelizmente sou um ser humano imperfeito e não consigo ver beleza nenhuma, nem motivo de orgulho nenhum para as vítimas da doença e suas cicatrizes, apenas dor e tragédia, especialmente quando a doente é jovem. Um fato positivo é que a verdadeira medicina está sempre evoluindo e, pelo que sei, a frequência das mastectomias radicais diminuiu drasticamente nos últimos anos devido ao surgimento de outros tratamentos.
Como devemos então qualificar esses médicos que aceitam satisfazer suas pacientes e efetuam esse tipo de “mastectomias eletivas”?
Jordan Peterson com certeza pode nos responder.
De toda maneira, ainda podemos, muito de longe, entender a aflição dessas mulheres que preferem se livrar dos seios logo de uma vez e substituí-los por silicone para não terem que enfrentar um hipotético câncer no futuro. É uma doideira, tudo bem, mas o medo, o pânico de uma doença grave, embora não justifique, explica claramente sua decisão.
Agora, o que dizer de uma mulher adulta, jovem embora, que decide se transformar em homem e faz disso motivo de exibição e orgulho?
Vamos combinar, não podemos controlar o que faz uma pessoa que perdeu o senso. Mas deveria ser crime exibir o resultado de tal mutilação em público com o intuito de transformar sua insanidade cirúrgica em celebração e, consequentemente... influenciar as crianças e jovens por cujo futuro tanto tememos...
Quanto aos médicos que concordam em realizar tais procedimentos, somente a mão pesada da lei poderá lhes dar a paga que devidamente merecem: anos de cadeia.
Começou oficialmente esta semana, pelo que li no Guardian, a campanha nacional para a presidência do Brasil, e Lula não perdeu um segundo para demonstrar sua competência e contrastá-la com a da concorrência, mas, ops, peraí.
Lula não chamou Bolsonaro de incompetente, nem de corrupto, nem de ignorante, não, nada disso.
Pelo contrário, declarou que o atual presidente está possuído pelo demônio!
Sempre acreditei que, se o demônio pudesse interferir na política brasileira, as eleições para presidente — e outros expoentes políticos — terminariam empatadas, mas a história não é bem essa, estou me confundindo, né?
Donald Trump poderá não ser nosso futuro presidente. Poderá nem mesmo chegar a se candidatar a presidente, embora, de certa maneira, isso pudesse significar que as demoníacas forças da oposição teriam vencido a batalha pela disputada alma dos americanos.
Mas que dá uma certa satisfação constatar que seus inimigos dentro do Partido Republicano estão sendo, em sua grande maioria, derrotados nas prévias para as eleições de novembro, isso dá.
Esta semana, por exemplo, nos livramos de Liz Cheney. A arqui-inimiga do ex-presidente, que não apenas votou a favor do impeachment como também se tornou a “advogada de acusação oficial” na vergonhosa “investigação” pública dos acontecimentos de 6 de janeiro no Congresso dos EUA, foi fragorosamente derrotada nas eleições em Wyoming da última terça-feira.
Ô bão, sô.